Flamengo demite Tite: baixo custo e plano para Filipe Luís pesam na decisão
- Felipe Luis
- 30 de set. de 2024
- 2 min de leitura
A pressão sobre Tite agitou os bastidores do Flamengo nos últimos dias, especialmente após a eliminação na Libertadores. A decisão de demitir o treinador foi tomada dois dias antes da semifinal da Copa do Brasil contra o Corinthians, gerando questionamentos sobre o momento escolhido para a mudança.
Apesar da vitória sobre o Athletico-PR por 1 a 0 no domingo, encerrando uma sequência de quatro jogos sem vencer, a tensão interna permaneceu. O desempenho do time não convenceu a diretoria, que já via o trabalho de Tite como estagnado nos corredores da Gávea e do Ninho do Urubu.
Tite chegou ao Flamengo em outubro do ano anterior com grande prestígio. Sob seu comando, o time conquistou o Campeonato Carioca de forma invicta, registrando a melhor defesa da história da competição, com apenas um gol sofrido. Além disso, durante a Copa América, o técnico ganhou pontos ao manter o time competitivo mesmo com muitos desfalques. No entanto, a partir de agosto, o rendimento da equipe começou a cair, acendendo um sinal de alerta. Apesar de atribuir parte do declínio às ausências de jogadores importantes, a diretoria não ignorou os sinais de desgaste.
Com a eliminação na Libertadores e a semifinal da Copa do Brasil se aproximando, a partida contra o Athletico-PR foi tratada como a "última chance" de Tite para reverter a situação. Porém, o desempenho no campo deixou a desejar, e a vitória só veio com um gol de Gerson aos 44 minutos do segundo tempo. A essa altura, a decisão de demitir o treinador já estava praticamente tomada.
A rápida aparição de Tite na sala de coletivas após o jogo chamou atenção, contrastando com seu hábito de demorar para dar entrevistas. Esse comportamento foi interpretado como um indicativo de que o clima entre a comissão técnica e os jogadores estava distante e desconectado. Esse distanciamento foi um dos fatores que incomodou a diretoria, que decidiu que era hora de mudar o comando.
Após discussões entre o presidente Rodolfo Landim e o vice de futebol Marcos Braz, a decisão foi comunicada a Tite na manhã de segunda-feira. Às 7h30, o clube divulgou oficialmente a demissão do treinador. Diferente de 2023, quando a diretoria manteve Jorge Sampaoli até a final da Copa do Brasil (que terminou com a derrota para o São Paulo), desta vez, a aposta é em um "fato novo" para evitar que o cenário do ano anterior se repita.
Com a eleição presidencial do clube marcada para 9 de dezembro, a baixa popularidade de Tite junto à torcida também pesou na decisão. Os insultos dirigidos ao treinador no Maracanã no domingo mostraram que ele havia perdido o apoio dos rubro-negros. Além disso, a multa rescisória era baixa, cerca de R$ 3 milhões, referente a 50% do contrato restante, o que facilitou a decisão.
Nos bastidores, a ideia de promover Filipe Luís, atual técnico do sub-20, vinha sendo considerada desde a eliminação na Libertadores. A relação de confiança entre o ex-lateral e Marcos Braz, construída desde 2019, foi decisiva para a rápida negociação. Embora tenha sido anunciado como interino, a diretoria do Flamengo já pensa em assinar um contrato com Filipe Luís até o fim de 2025, mesmo com a troca de diretoria após as eleições de janeiro.
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